quarta-feira, 10 de outubro de 2007

HOLYWOODIANA

BANDEIRADA – POR VICENTE MAJÓ DA MAIA LEIA-BLOG BANDEIRADA:

WWW.BLOGBANDEIRADA.BLOGSPOT.COM

HOLYWOODIANA:

A temporada de F1/2007 é definitivamente uma trama de fazer inveja aos maiores roteiros de Holywood. Teve de tudo!! Dentro e fora das pistas. Para não ser mais esquecida. Para ganhar o OSCAR dos últimos vinte anos. A história começa com o novato atrevido, que estréia subindo ao podium. Passa pelo revezamento de vitórias entre os quatro pretendentes ao título. Enquanto esquenta a disputa nas pistas, ferve – fora dela - a história da espionagem, a tentativa de sabotagem, enfim... Especulação de punições, desclassificação de equipe do mundial de construtores, são fatos que incrementam a história. Teve briga interna na McLaren, proteção declarada por um dos pilotos. Quase no fim, o piloto que tinha a mão e meia na taça, se vê em apuros para arrebatar o título e ser o mais jovem e o primeiro negro a vencer na principal categoria do automobilismo mundial. Chegamos à última corrida sem campeão e com três pretendentes. Roteiro que nenhum Steven Spielberger foi capaz de imaginar, na sua brilhante carreira nas telas. Roteiro para virar filme. Urgente!!

MERECIMENTO:

A dramaticidade do final de temporada, na definição do título é merecida por nós os amantes da velocidade. Há muito tempo, vimos campeonatos sendo decididos na metade da temporada. Quantas vezes, vimos corridas com vitórias pré-anunciadas. Favoritismo destacado de uns, enquanto pouco se esperava de vários. Agora, não!!! Depois de dezessete provas, chegamos ao GP Brasil com três pilotos disputando o título. A temporada parece ter sido escrita linha a linha, para nós, que fomos castigados vários anos. Como espectadores, nunca nós desistimos e, portanto, merecemos este final especial, recheado de expectativas.

TRIPLICE:

No inicio do campeonato houve um tríplice empate na liderança (três pilotos tinham 22 pontos, até a prova do Bahrein). Mais tarde, quatro pilotos passaram a dividir três vitórias para cada um (até Turquia). Agora, numa variação matemática pouco provável – mas possível – o campeonato pode terminar com um empate entre os três pretendentes atingindo 108 pontos. Para isto, seria necessário que Raikkonen (100) fosse segundo no Brasil; Alonso (103) teria que ser quarto e Hamilton (107), o sexto. Terminaram a temporada todos com 108 pontos e o título caberia para Raikkonen pelo número de vitórias (tem 5, contra 4 dos demais).

INÚTIL:

A imprensa dita especializada detona Hamilton, pelo resultado do Japão. Atribuem a ele a responsabilidade do erro, a sua inexperiência, por não ter trocado os pneus duas voltas antes. Não vejo muita relevância na pressa de apontar culpado. Vejo, sim, que a McLaren manteve o piloto o máximo possível na pista, por estratégia de pit-stop. Não deu certo. Ponto. Acabou a borracha e deu no que deu. Tivesse dado certo, ninguém falaria nada. E a taça já estaria no armário.

NOVA GUERRA:

A nova guerra da F1 é fora das pistas. Os exércitos não pilotam carros, não se debruçam sobre pranchetas, não examinam pneus, não acompanham detalhes de telemetria. Às vezes, os soldados entendem muito pouco de automobilismo e são dominados por um imenso patriotismo. Fato da guerra feita pela imprensa inglesa, que defende Lewis Hamilton e a imprensa espanhola que defende Fernando Alonso. A nova guerra da F1 tem intriga, falsa boataria, como nunca foi visto na mais importante categoria do automobilismo mundial. Não é guerra religiosa, mas beira o fanatismo.

CONFIRMAÇÕES:

Entre as confirmações da temporada, a mais evidente é Lewis Hamilton, novato, quase campeão, que ninguém apostou no início de temporada, quando se falava somente em três pretendentes (Alonso, Massa e Raikkonen). Mas, as confirmações podem ser ampliadas em menor grau de importância, embora evidentes, para mais alguns pilotos. Entre eles: Sebastian Vettel, duas grandes corridas na Toro Roso; Adrian Sutil, carregando nas costas a Spyker. Podemos acrescentar na lista o recuperado Nico Rosberg. Todos merecem carros melhores para 2008.

URUGUAIANA, 10 DE OUTRUBRO DE 2007.

Nenhum comentário: