quarta-feira, 29 de outubro de 2008

AUTOMOBILISMO: ASSUNTO DO FINAL DE SEMANA

TEXTO PUBLICO NO JORNAL TRIBUNA (30/10/2008)

NÃO TEM OUTRO ASSUNTO:

No domingo, em Interlagos, se decide mais um mundial de F1. Será a final do 49º campeonato da história, que começo no dia 13/05/1950, em Silverstone, na Inglaterra. É a primeira vez, que um brasileiro decide “em casa”, o título da categoria. Tudo isto, não me sobra outro assunto para abordar aqui.
Todos sabem da minha paixão pelo automobilismo, acompanho a F1, desde 1971. Antes de termos o nosso primeiro campeão, o Emerson Fittipaldi (1972). Vi todas as corridas de Nelson Piquet, todas de Senna, todas de Michael Schumacher. Disse todas. Pois desde lá, não perdi nenhuma, de acompanhar ao vivo. Ininterruptamente. No início, escutava no rádio de pilha, na Globo do Rio, com narração do Jorge Curi, reportagem do húngaro Janos Langel e comentários do hoje meu amigo Celso Itiberê (colunista de automobilismo do Globo), o melhor dos melhores. Depois, veio o compacto, no Fantástico. Finalmente, em 1978, quando fui morar em Porto Alegre, passei a ver ao vivo as corridas nos domingos pela manhã. Lembro que o narrador era o Luciano do Vale. O Reginaldo Leme gatinhava nos comentários. Em 1984, já na era do vídeo cassete, passei a gravá-las. Todas, sem perder um detalhe. Finalmente, a F1 tornou-se um dos maiores espetáculos da terra. Cada corrida uma verdadeira obra de arte no colorido dos carros, dos motorhomes, da sofisticação dos autódromos, cuja arquitetura serve exemplo para outras grandes obras no planeta. Veja-se a que ponto chegou a F1, que corridas são realizadas à noite, com clarão de um dia, ao custo dos bolsos emergentes de Cingapura. Lá no longínquo, 1971, isto nunca me passou pela cabeça...

Depois de uma temporada com 17 corridas já disputadas, me encontro no aguardo da última (18ª). Cheio de expectativas, como se fosse à primeira. Depois de ter acompanhado 593 delas, de um total de 802, já realizadas desde 1950. Dado incrível para quem nasceu dez anos depois da criação da categoria. Talvez, poucos tenham isto no currículo, aqui no Rio Grande do Sul, quiçá até no Brasil. Uma doença, não nego, pois NADA me tira da frente da televisão, durante uma corrida de F1. Disse NADA.

Uruguaiana, 29 de outubro de 2008.

DECISÃO E PRESSÃO

DECISÃO E A PRESSÃO:

Sinceramente, não creio que a pressão será o fator de decisão, no campeonato. Qualquer praticante de esporte sofre a sua pressão. Uns mais outros menos. Imagine uma final de futebol, estádio cheio... Uma decisão no basquete americano. De outra medalha olímpica. Portanto, todo o atleta tem que estar preparado para viver este momento. Assim, não podemos dizer que o inglês Lewis Hamilton vai sentir mais pressão do que o brasileiro Felipe Massa, quando apagarem-se as luzes na largada do GP Brasil, domingo. Já estiveram em situações semelhantes em suas carreiras, nas categorias de base e mais jovens. Estão acostumados com a pressão, embora, quem sejamos nós para medi-las. Certamente, Hamilton vai ser arrojado como sempre e Massa usará a sua tática de corrida. O resultado final, dependerá de vários fatores. Porém, não vejo a pressão como fator relevante na hora da decisão.

CHANCES:

A Ferrari é o carro mais adequado a Interlagos. Venceu facilmente ano passado. Porém, a escolha dos pneus pode ser fator de equilíbrio nesta disputa, já que a McLaren tem se dado melhor com os compostos, principalmente, nas ultimas corridas (conjunto duro e semi-mole). Mas, tem o fator motor. Neste quesito a vantagem é da Ferrari, que corre com motores novíssimos e a McLaren terá que repetir o mesmo do GP China. Mais chance de quebra. Muito embora, para o piloto da McLaren não seja necessário correr riscos.

DEPENDÊNCIA:

Imaginam que Felipe Massa seja o vencedor do GP, para chegar ao título necessitaria da colaboração de mais quatro pilotos para preencher as posições a frente de Hamilton (2º, 3º, 4º e 5º lugares, deixando para o inglês o 6º). Na verdade, pelo que se viu no campeonato, não tem ninguém, exceto Raikkonen, que possa garantir a tarefa. Ambas as BMW e as Renault não têm força suficiente para derrotarem o inglês, sem o infortúnio. É melhor o brasileiro torcer pela quebra ou acidente do inglês.

PIZZA:

Depois do anuncio da FIA de que quer motores padronizados e quase monomarca na F1, houve manifestações da Ferrari e Toyota em abandonarem a categoria. Nos meus 38 anos acompanhando a categoria, já vi este filme muitas vezes. Basta uma discórdia e volta o papo de abandono da categoria. Desta vez, sei, a turma do Bernie Ecclestone foi longe demais. Motor padrão é exigir que as grandes montadoras do planeta usem equipamento produzido por terceiros. Uma heresia. Ninguém vai topar. A história do motor padrão e do abandono da categoria pelas montadoras, vai acabar como sempre: em pizza.

URUGUAIANA, 29 DE OUTUBRO DE 2008.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

ESPIRITO ESPORTIVO – VICENTE MAJÓ DA MAIA
RETOMADA E O SONHO:

No auge do automobilismo brasileiro, no final da década de 80 e inicio da década de 90; no auge da disputa Senna contra Piquet, ambos tricampeões mundiais de F1, vivemos aqui – em nossa Uruguaiana – o nosso momento no automobilismo.
Começamos correndo na “balança”, com um só kart, em maio de 1988. Veio à fundação da Associação Uruguaianense de Automobilismo, em junho de 1990. Depois as inesquecíveis corridas no circuito urbano: Parcão-Rodoviária, na segunda metade de 1991, enquanto se construía o kartódromo, inaugurado em julho/1992. Tivemos três temporadas históricas: 1991/1993. Uma na rua e duas no kartódromo.
Fomos freados por dois motivos: a morte de Ayrton Senna, em maio de 1994 e a implantação do Plano Real, em julho do mesmo ano. Ambos os sustos, foram decisivos para o enfraquecimento do nosso kartismo.
Falo neste assunto, pois tive o privilégio de viver intensamente todos os momentos de “glória” no nosso kartismo. Desde a primeira prova, passando pela construção do kartódromo, até a corrida de domingo, que marcou a reinauguração do asfalto da pista e a retomada do movimento em Uruguaiana.
Ligado do jeito que sou ao automobilismo, não poderei estar mais contente, quando – no sábado – pilotei e – no domingo – assisti a turma “nova” realizar IIº Kart Oeste. O público deu a resposta e provou que estamos vivos!
É o reinicio de um movimento que deu muito certo e que o destino acabou influenciando na desmobilização. Porém, se recuperado, pode ser a retomada de um sonho maior: autódromo. Que seria a transformação em termos turismo esportivo para nossa Uruguaiana. E fico a sonhar: uma etapa da Stock-Car ou uma F-Truck, na Capital dos Caminhões do MERCOSUL.
Não morro sem ver isto!

URUGUAIANA, 22 DE OUTUBRO DE 2008.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

BANDEIRADA JUNHO/SETEMBRO DE 2008

EXAGERADA:

Achei equivocada a punição ao inglês Lewis Hamilton, no GP Bélgica. Disputava posição com Raikkonen, devolveu após atalhar a chicane. Recuperou na curva seguinte e foi punido. Agora, mais recentemente, no GP Japão, largou mal e tentando recuperar-se, sofreu nova punição. Reservo-me o direito de achar, novamente, exagerada. Ao que parece, estabeleceram uma nova regra na F1: É proibido ultrapassar. É proibido arriscar. E a implicância dos fiscais parece ser dirigida ao inglês. Veja-se que – recentemente, na Hungria – Felipe Massa arriscou tudo no final da reta, fritou pneus, cortou a frente dos demais, assumindo a liderança da corrida. Por aqui, consideraram a manobra digna de comparativo com a feita por Nelson Piquet, em 1986, sobre Ayrton Senna, no mesmo lugar. Não houve qualquer punição e não deveria ter havido mesmo. Foi risco, arrojo, coragem, determinação. Portanto, entendo exagerada ambas as punições ao inglês: na Bélgica e no Japão.

DAS BOAS:

Não choveu e, mesmo assim, tivemos uma baita corrida de F1, no Japão. Ultrapassagens, punições (quase todas equivocadas), resultados fora dos prognósticos e nova vitória de Fernando Alonso. Ele conseguiu fazer a “carroça” da Renault vencer duas corridas em 2008. Uma façanha. Das maiores. Recupera-se a equipe francesa, projeta-se para a próxima temporada. Recupera-se também Nelson Ângelo que tira a corta do pescoço e mostra que merece nova chance, já que também ajudou na recuperação da equipe. Destaque também para Robert Kubica que mantêm condições matemáticas de chegar ao título, imagem!

CINCO:

Diminuiu (ou diminuíram, me refiro ao episodio das punições) a cinco pontos a desvantagem de Felipe Massa em relação ao inglês Lewis Hamilton. Mas, são duas provas somente para o final. Porém, tanto China, como Brasil, favoráveis à Ferrari. Se é que nesta temporada podemos antecipar algo. E tem o Kubica, como sua BMW, correndo bem por fora, com chances somente na matemática e no improvável. Nem Massa, nem Kubica dependem de seus resultados. Ambos contam com o insucesso de Hamilton. Porém, o brasileiro poderá ser ajudado pelo seu companheiro Raikkonen, já fora da luta pelo bicampeonato. O próximo round da luta, acontece na madrugada de sábado para domingo.

O QUE FAZER?:

É a primeira vez que temos uma prova às 5:00 horas da manhã (deveria ser às 4:00, mas estaremos no horário de verão). O que fazer? Dormir e madrugar no domingo. Ou varar a noite e dormir depois da corrida? Ainda não resolvi. Sério problema para resolver... Mas...Avisarei aos amigos se sair a tradicional reunião (churrasco, cerveja e F1).

URUGUAIANA, 15 DE OUTUBRO DE 2008.

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ILUSÓRIO:

Veja-se que – depois das vitórias não previstas de Vettel e Alonso – aumenta significativamente o número de vencedores na temporada. Somam-se a eles os vencedores: Hamilton, Raikkonen, Massa, Kubica e Kovalainen. Nos últimos anos, foi a temporada com mais número de vencedores diferentes. Porém, por mais incrível que pareça, nada disto significa que tenha havia equilíbrio na temporada. Muito pelo contrário. Houve sim, muitas condições circunstancias que propiciaram a existência de vários resultados fora dos prognósticos. O domínio da Ferrari é evidente. A única equipe a combatê-la é a McLaren. Porém, quando ambas falham, surgem as vitórias inesperadas, sem continuidade, de BMW, Renault e até a Toro Roso. Não por estarem no mesmo nível, mas por circunstâncias.

MERECIDA:

Apesar de circunstancial, foi merecida a vitória de Fernando Alonso, no GP Cingapura. Vejam o sacrifício feito pelo espanhol que passou a temporada inteira. Foi uma recompensa pelo trabalho que se propôs, a partir de um contrato de recuperação da Renault. Quem sabe, com um novo projeto aerodinâmico e com um carro melhor “nascido”, o espanhol volta a lutar pelas vitórias e pelo título em 2009.

CORDA:

A corda está no pescoço de Nelson Ângelo, infelizmente. Creio que não falta talento ao piloto brasileiro. Porém, esteve sempre acostumado a ter todas as atenções de suas equipes, nas categorias onde se formou e mostrou talento. Agora, é apenas mais um tentando espaço na F1. Isto, pode ter sido o principal motivo para ter cometido os erros que cometeu. Veja-se que o piloto chegou a disputar roda a roda o título da GP2 com Lewis Hamilton. Prova de que é do ramo. Mas, precisa se sentir mais a vontade dentro da equipe para render o potencial. Tomara que tenha outra chance.

FUJI:

Na madrugada de domingo teremos mais uma decisiva etapa da F1. Ano passado a prova foi debaixo de um temporal. Alonso bateu, Hamilton venceu e Massa ultrapassou Kubica de forma sensacional na última volta. Mais uma prova que promete, muito embora, a meteorologia preveja tempo bom, no Japão.

CÁLCULOS;

São sete pontos de vantagem para Hamilton. Faltam três provas. Basta para o inglês chegar em segundo em todas elas. Porém, os cálculos não podem ser só assim. Felipe Massa tem duas pistas prediletas pela frente: China e Brasil. Isto pode ser fator decisivo na luta pelo título.

URUGUAIANA, 08 DE OUTUBRO DE 2008.
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DRIVE-THOUGH:

A punição de Lewis Hamilton na Bélgica, ocorreu após o término da prova, porém, era equivalente a um “drive-trough” (na linguagem da F1, uma passagem pela área de Box, com a velocidade de pit-stop). Calcula-se que tal passagem represente a perda de 25 segundos para o piloto. Como a punição não ocorreu durante a prova, os fiscais resolveram somar ao tempo de inglês, os 25 segs. O grande ponto da discussão é em relação ao cabimento ou não de recurso, no caso de aplicação desta punição (drive-trough). Assim, encontramos uma grande divergência a ser debatida: primeiro, se houve ou não a infração; segundo, se cabe o recurso da McLaren, já que não é admitido recurso ao drive-trough.
Minha opinião: a punição foi totalmente INJUSTA. Não se pode proibir de ultrapassar. Não é claro se houve a vantagem de Hamilton com a manobra, ao que me pareceu o inverso: Raikkonen se apresentava muito lento no local. Porém, questiono o fato de que não é admitido o recurso no drive-trough. Portanto, creio que a decisão foi corretamente mantida por este segundo aspecto. O campeonato pode ter se decidido a partir desta punição. Foram sete pontos em discussão.
É uma regra a ser modificada na F1, concedendo o direito de discussão em relação à punição.

PROÍBIÇÃO:

Não gostei nada daquilo que vi, no GP Itália. A cada passagem sobre as zebras, os pilotos se apressavam em devolver a posição. Ora, há muitos anos se discute a ultrapassagem na F1. Agora, que elas às vezes acontecem, punem-se os pilotos. Sinceramente, quem acabar com o espetáculo.

ILUMINADO:

No próximo domingo, nas ruas do novo circuito de Cingapura, a primeira corrida com luz artificial na F1. O GP Iluminado. Cabe uma explicação: o GP será de noite em Cingapura, para obedecer ao horário normal das corridas na Europa (14:00 horas). É a força da televisão, que obrigaram os organizadores ao custo altíssimo da luz artificial para que pudessem realizar o GP. A direção da categoria irá forçar outros países ao mesmo procedimento, padronizando o horário da largada.

DOIS:

Com a confirmação do resultado do GP Bélgica, a diferença ente os dois pretendentes ao título é de somente um (01) PONTO. A vantagem de Hamilton é no ponto, porém, não é em vitórias, onde Massa tem mais. Quase, portanto, um empate técnico. Os demais estão fora da briga. Faltam quatro provas e a diferença para Raikkonen é de 21 pontos. O finlandês terá que ser fiel escudeiro de Felipe Massa até o fim do campeonato.

URUGUAIANA, 24 DE SETEMBRO DE 2008.
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PRESSENTIMENTO:

A minha coluna, antes do GP Bélgica, revela um pressentimento: que na primeira prova com chuva daria vitória de Sebastien Vettel. Dito e feito! A minha sorte é que está escrito. Repito o que escrevi (basta ver as colunas anteriores): “...Porém, se chover, poderemos ter grandes surpresas. Coisas imprevisíveis, como uma vitória da Toro-Roso, com um Vettel da vida. Só para citar um exemplo. Aguardemos, então.”
Não vou dizer mais nada!

NOVA GERAÇÃO:

Fala-se muito na nova geração de pilotos da F1. Pródiga é certa. Porém, alguns precisam ocupar melhores espaços para revelação de seus talentos. O próprio Vettel, por exemplo, fez uma grande façanha, em Monza, mas dificilmente poderá repeti-la num futuro próximo, já que pilotará uma Red Bull, em 2009, carro que ainda não tem condições de levá-lo a ocupar um espaço importante entre os pretendentes à vitória e títulos no próximo ano. Portanto, é um desperdício. Existem outros casos de pilotos talentosos, que estão explodindo de vontade de ocuparem melhores lugares e que não tem chances.

FAÇANHA:

Realmente, é uma façanha vencer em Monza pilotando um carro de segundo time e de quinto escalão na F1. O resultado conseguido por Vettel é – na minha visão – superior ao segundo lugar de Ayrton Senna, de baixo de chuva, com uma Tolemann, em 1984. Desculpem os mais fanáticos. Mas... Não estou desmerecendo o feito de nosso grande campeão. Vejam que, dois anos atrás, o carro de Vettel era - nada mais, nada menos – do que uma Minardi, um dos piores carros da F1. Claro que os mais fanáticos vão me corrigir e dizer que a Toro Roso tem o dedo de Adrian Newey. Porém, a equipe principal dos energéticos (Red Bull) nunca chegou perto da vitória e já tenta há muito tempo, com um orçamento bem maior que a equipe “B”, pilotada por Vettel. E um detalhe de registro importante: a vitória foi em Monza, não em circuitos que nivelam por baixo os carros, como é o caso das pistas de rua.

PROIBIDO:

Olha! Que baita frescura criaram na F1, depois da punição de Hamilton, em Spa. Toda vez que o piloto conseguia passar, usava as zebras, fazia um pequeno atalho e vinha à ordem da equipe para devolver a posição. Foi decretado, então: é proibido ultrapassar! Sinceramente, querem acabar com o espetáculo. O pior de tudo é que os pilotos ficam nas mãos da decisão de fiscais, que – muitas vezes – sequer sentaram em carros para pilotar em uma corrida.

CAMPEONATO:

Definitivamente, o campeonato ficou entre Lewis Hamilton e Felipe Massa. Diferença de um só ponto em favor do inglês. Os finlandeses (Kovalainen e Raikkonen) trabalhando em prol de seus companheiros de equipe. Quatro etapas de grande emoção. Com o “gran finale” no Brasil em novembro.

URUGUAIANA, 17 DE SETEMBRO DE 2008.
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QUATRO MINUTOS:

Não vamos resumir o GP Bélgica, em Spa-Francorchamps, há apenas os quatro minutos finais. Foi uma ótima corrida, quase na sua totalidade. Na largada ficou claro que teríamos grandes emoções. Já havia antecipado, na semana passada, que – em Spa – não é necessário chover para termos emoção. E foi assim. Porém, as voltas finais foram algo eletrizante. Os minutos finais estilo ao GP Mônaco, 1982, quando o Diretor de Prova, incrédulo, aguardava o vencedor, depois de uma chuvarada, antes da bandeirada. Em Spa, domingo, foi quase isto. Quem não fez um pit-stop de emergência, arrastou-se pela pista e pela grama na última volta da corrida, criando uma enorme expectativa. Coisas incríveis aconteceram, tanto que o resultado ainda está sendo discutido. Mas é outra prova para não esquecer.

DISCUSSÃO:

Não ainda de nada lermos textos sobre o GP Bélgica, sem entre no mérito da discussão e tomar uma posição sobre o resultado da corrida, na questão da punição de Hamilton. Portanto, vou dar a minha: INJUSTA! Vejam o seguinte: havia a disputa da posição entre Raikkonen e Hamilton, na chicane Bus-Stop. Ambos se enrolaram. Chegaram a roçar os carros. Hamilton efetivamente atalhou. Porém, fez a manobra clara de devolução da posição. Mas, a partir daquele momento, vimos o carro de Raikkonen muito mais lento do que o normal. Visivelmente, lento. Tão longo cruzaram a linha de chegada completando mais um volta, o inglês retomou o seu objetivo de ultrapassar o Raikkonen que estava muito, muito lento. O fez. Portanto, acho que a manobra foi normal. O que não foi normal, foi o fato de que Raikkonen estar muito mais lento. Falam que Hamilton vinha com melhor tração, porém, discordo desta posição. Quem vinha tentando acelerar na pequena reta era Raikkonen. Hamilton vinha desajustado pela parte do atalho. Assim, injusta – na minha ótica – a punição do inglês Lewis Hamilton.

GRAVE:

Surge a noticia de que a McLaren teria consultado os Fiscais, após a manobra, sendo que eles teriam validado a atitude de Hamilton. A consulta teria sido feita de modo a propiciar a Hamilton, se recuperar, caso tivesse que entregar novamente a posição para Raikkonen. Com a confirmação dos fiscais, Hamilton foi embora, fez o seu restante de corrida e venceu. Depois, a equipe foi surpreendida pela punição. Caso a ser discutido na apelação.

MASSA:

Numa corrida discreta, massa acaba sendo declarado vencedor, diminui a desvantagem para Hamilton, tira do campeonato Raikkonen e parte para as provas finais com a inteira preferência da equipe Ferrari. Está correndo com a cabeça e está sendo beneficiado pela sorte. Tem tudo para chegar ao Brasil disputando o título.


MONZA:

AS emoções seguem domingo. Agora, é no templo de Monza na Itália. Tudo pode acontecer...

URUGUAIANA, 09 DE SETEMBRO DE 2008.
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FASCINANTE:

Entre aquelas (corridas, é claro!) que mais espero está o GP Bélgica, em Spa-Francorchamps. Talvez, a única corrida dos circuitos históricos da F1, que ainda trás boas emoções. É risco extremo, alta velocidade, lugar fascinante, entre o arvoredo nas “vilas” de Spa e Francorchamps. O circuito teve origem em uma estrada que ligava as duas localidades. Por isto, até, tem uma chicane, que passa pela “Parada do ônibus” (Bus-Stop). É sempre um desafio para os pilotos o contorno da Eau-Rouge, um “S” em subida, que dá “frio”, até quando se pilota em vídeo-game. E tem a Blanchimont a curva mais veloz da F1. E a largada no grampo da “La Source”, onde vários já ficaram fora.

CHUVA:

A previsão meteorológica garante 80% de possibilidade de chover na hora da prova. Fico pensando: se Spa é uma corrida boa, quase sempre, porque não choveu, então, em Valência, onde tivemos a prova mais chata da história da F1. Acho que em Spa não precisa chover para ser uma boa corrida. Porém, se chover, poderemos ter grandes surpresas. Coisas imprevisíveis, como uma vitória da Toro-Roso, com um Vettel da vida. Só para citar um exemplo. Aguardemos, então.

IMPORTANTE:

Muitas definições poderão acontecer nas próximas duas semanas e duas corridas. Não haverá intervalo entre Spa e Monza, a próxima. Assim, as pretendentes ao título, em número de três (Hamilton, Massa e Raikkonen) terão que marcar o máximo de pontos possíveis para se manterem na “briga”. Quem fraquejar, fica fora a partir do GP Cingapura e sem a preferência da equipe.
Para Spa, um detalhe: nas últimas três corridas disputadas no circuito belga deu Raikkonen (2004, 2005 e 2007). **Em 2006, não teve o GP da Bélgica.

MOTORES:

A Ferrari e Massa têm uma preocupação extra para o veloz circuito belga. Será a segundo prova do motor. Portanto, depois dos últimos acontecimentos, toda a cautela é pouca. Por sua vez, Raikkonen estará de motor novinho em folha. Mas, estará em desvantagem, na semana seguinte em Monza. O assunto é relevante, pois a Ferrari chegou a pensar em trocar o motor de Massa para o GP Bélgica, sem perder as posições no grid, usando da possibilidade de uma troca que faculta o regulamento.

URUGUAIANA, 03 DE SETEMBRO DE 2008.
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AS GALINHAS E OS OVOS:

Esperamos por três semanas a volta da F1. Esperamos a estréia do GP Valência, cujo objetivo é rivalizar com Mônaco a preferência. Esperamos por mais uma corrida de rua, num lugar paradisíaco. Esperamos por grandes disputas. Por grandes emoções. Enfim, esperamos...
Mas, lembrei domingo, após o GP, de uma frase milenar de minha bisavó: “muita galinha e pouco ovo”. Acho que foi isto o GP de Valência. Muita expectativa e pouquíssimo resultado positivo. A pista é paradisíaca, porém, não rivaliza com Monte Carlo. A corrida foi das piores que já vi em minha vida. Os três primeiros não mudaram durante todas as voltas da corrida. Ultrapassagens: zero. Não vi nenhuma. De positivo, somente a vitória do brasileiro Felipe Massa, deixando o campeonato cheio de expectativas até o seu final.

PASSEIO:

Por falar em Felipe Massa, registre-se o verdadeiro passeio no Porto de Valência, na beira do Mediterrâneo. Pole, melhor volta e vitória de ponta a ponta. Diminuiu a desvantagem em relação ao líder Lewis Hamilton e superou seu companheiro de equipe na tabela. Credencia-se para obter a atenção total da equipe nas seis provas finais do campeonato. Resumindo: amadureceu o seu título.


DESMOTIVAÇÃO:

Apesar de negar, é clara a desmotivação de Kimi Raikkonen, nesta temporada. Na metade da temporada, houve declarações de aposentadoria do finlandês e de seu aborrecimento com os compromissos contratuais. Da falta de tempo para gozar a vida! Não estaria ele sabendo conviver com as obrigações com seus patrocinadores e da equipe. Realmente, trata-se de um piloto diferente. Completamente a moda antiga. Como já conquistou o seu “pé-de-meia” na F1, pode estar dando adeus e indo finalmente realizar o sonho: Não fazer nada... Existe algo melhor?

ESPECULAÇÕES:

Fala-se muito na “aposentadoria” de Raikkonen. Isto abriria uma vaga importante na Ferrari. Quem se credencia é Fernando Alonso. O espanhol é assediado pela Honda, a pedido de Ross Brawn. Há falatório, também, em relação ao espanhol na BMW, no lugar de Hiedfeld. Alonso disse que – até final de setembro – define o seu futuro.

FICA:

Nelson Ângelo deve mesmo ficar na Renault. Não vejo possibilidade de que seja trocado, já que reagiu bem nas últimas provas e conseguiu um podium, coisa que nem o bicampeão Alonso conseguiu para a fraca Renault. Se alguém tem problema dentro da equipe, este alguém é o próprio carro. Péssimo até agora.

URUGUAIANA, 28 DE AGOSTO DE 2008.
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CIRCUITO URBANO:

Mais uma prova em circuito urbano, na F1. Desta vez, será o GP Europa, nas ruas de Valência, Espanha. Interessante, pois Valência tem um autódromo, onde várias modalidades competem (carros e motos). O circuito é totalmente novo, para a F1, embora já tenha sido usado em outras categorias. O desafio será a curva UM, feita (calcula-se) a mais ou menos em 290 km/h, sem área de escape. Perigo eminente. A previsão é que o Safety-Car entre várias vezes, durante a corrida. Portanto, as equipes terão grande trabalho nas suas estratégias de corridas e saber administrar bem as entradas de pit-stop de seus pilotos.

AS MELHORES:

Não nego! Sou fanático pelas corridas de rua. Até quis trazer uma delas para as ruas de Uruguaiana, em 2002 (F-3 sul-americana). Quase consegui realizar meu sonho. Mas, as da F1 são especiais. É um desafio atrás de outro. Quando vejo o calendário com os GPs: Austrália, Mônaco, Canadá, Valência e Cingapura, todos em circuitos urbanos, é a gloria para mim. Certamente, vou estar na frente da televisão vidrado, durante todo o final de semana. Quanto mais provas de rua, melhor.

VISUAL:

Pelo que vi na internet, não gostei muito do visual da pista. Muito muro e grades. Pouco da cidade. Mas, como disse, em imagens precárias vistas na internet. Quem sabe, no quando começarem os treinos, aparecem os pontos principais da cidade.

RISCO:

Tentei de tudo para saber sobre a programação da televisão “oficial”, no domingo, já que teremos provas e o encerramento das Olimpíadas de Pequim. Ninguém sabe informar nada. Manifesto a minha preocupação, pois há risco de termos um GP fracionado. Misturado com provas das Olimpíadas. Espero ver toda a corrida.
Até entenderia a prova não ser livre na sua integra na televisão aberta, se fosse oportunizada a imagem na televisão à cabo. Mas, sabemos isto não acontece. Esperemos então. Quem tiver a informação, não deixe este colunista de fora.

IMPORTANTE:

A corrida será muito importante para o campeonato. Tanto a McLaren, como a Ferrari se apresentam como favoritas a vencer nas ruas de Valência. Não há como fazer um prognóstico adequado. Primeiro, pois é a estréia do circuito. Não há dados de comparação. Segundo, pois – com a parada de três semanas – muitas novidades serão apresentadas pelas equipes.

URUGUAIANA, 20 DE AGOSTO DE 2008.
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CORRIDA DE NEURÔNIOS:

O intervalo de três semanas, que estão sendo chamados de “férias”, já é tradicional no calendário. Servem para os pilotos “descansarem” dos carros, mas atenderem seus compromissos publicitários. Enquanto isto, as equipes de engenheiros das principais equipes fervem os neurônios, tentando achar soluções que lhe permitam dominar o final da temporada. Quem sabe, levar seus pilotos ao título e suas equipes a vencer o mundial de construtores. Quase sempre, conseguem achar soluções e surpreender nas provas seguintes do campeonato. Tudo porque não são somente os carros que correm rapidamente nas pistas. São as invenções dos engenheiros, que mudam a cada momento para deixarem os carros mais rápidos. A F1, portanto, corre 24 horas por dia, durante 365 dias do ano.
Se não temos corrida nas pistas, certamente, há correria nas fábricas, no grupo de engenheiros, tentando soluções mirabolantes para a definição do campeonato. É só esperar, então, pelas novidades. Tudo pode mudar na próxima corrida...

F1 E AS ELEIÇÕES:

A temporada da F1 deu uma parada de três semanas. Descanso para uns e muito trabalho para outros. Porém, até as nossas eleições (05/10/2008), ainda teremos quatro provas (Valência, Spa, Monza e Cingapura). Até lá, as equipes já terão elegido seus candidatos ao título, bem se vendo que somente a Ferrari ainda tem dúvida no voto (se fica com Massa ou Raikkonen, para enfrentar Hamilton da McLaren). Mas, a definição deve ser rápida, pois a equipe italiana já não tem amplo favoritismo anterior e Hamilton continua liderança o campeonato, enquanto os pilotos da Ferrari se dividem entre bons e maus resultados.

MUDANÇAS:

Fervem, também, as informações sobre a formação das equipes para a próxima temporada. De todos os nomes de destaque, o único ainda indefinido é o de Fernando Alonso. Novamente, diga-se de passagem. Ano passado, a tônica foi saber qual a equipe do espanhol. Parece ser esta a única dúvida, mas que – porém – poderá modificar alguns lugares nas equipes. Mexendo-se a peça Alonso, poderemos ter gente desempregada. Por enquanto, o único que definiu sua nova equipe é o alemão Sebastian Vettel. Este vai de Red Bull, oficial, em 2009.

POSSIBILIDADES:

A possibilidade maior é que Alonso fique onde está e quase todas as equipes repitam a mesma formação em 2009. Porém, há a possibilidade do espanhol ir para a Honda (pedido de Ross Brawn). Neste caso ou Barrichello ou Button perderia a vez (Brawn gosta de Barrichello). Porém, falasse em BMW e neste caso trocaria de lugar com Nick Hiedfeld, que iria para a Renault. Falasse, ainda, na Toyotta, possibilidade descartável.

URUGUAIANA, 14 DE AGOSTO DE 2008.
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COISAS DE CORRIDAS:

O que aconteceu com Felipe Massa, no GP Hungria, não é nenhuma novidade em corridas de automóveis. São vários os exemplos. Lembro alguns trágicos, como o fato de Michael Schumacher ter perdido o título de 2006, para Fernando Alonso, logo após o estouro do motor Ferrari, no GP Japão. O alemão vinha reagindo no campeonato e foi fulminado pela quebra do motor da Ferrari. No caso de Felipe Massa, as coisas são um pouco diferentes, pois o piloto brasileiro ainda tem sete provas que poderão oportunizar uma recuperação no campeonato. Portanto, não se pode “atirar” toda a culpa do mundo para a equipe italiana. Quebrar motores são fatores previsíveis em corridas de automóveis e, desta forma, não é hora de lamentações. Registre-se que de bom, ficou a largada arrojadíssima do brasileiro e a lição: corrida são corridas. Dizia o mestre Fangio.

CIRCUNSTANCIAS:

Outra corrida definida pelas circunstâncias. Veja-se que Kovalainen largou mal, ficou conformado com o terceiro lugar. Mas, a sorte sorriu para o finlandês (100 vencedor da história da F1). Primeiro, o pneu furado de seu companheiro Hamilton. Depois, a quebra de Felipe Massa. A primeira vitória caiu no colo do piloto. Mas, mais pelas circunstâncias; menos, por sua atuação na corrida.

DESINTERESSE:

O grande problema de Massa foi o aumento da vantagem de Hamilton na tabela. Porém, dois fatores correm do lado do brasileiro: primeiro, a McLaren já não tem a vantagem adquirida nas provas anteriores. Segundo, o desinteresse de seu companheiro de equipe, que – apesar de estar melhora classificado na tabela – parece não estar preocupado com o campeonato. É crível a frieza do “Homem de Gelo”. Parece não estar nem um pouco preocupado em defender o seu título e lugar pelo bi.

REAGINDO:

A Renault parece estar reagindo em relação ao péssimo inicio de temporada. Está longe ainda de lugar sempre pelo podium e mais distante ainda das vitórias. Porém, os carros têm marcado pontos nas últimas corridas. Bom para Alonso e melhor ainda para Nelson Ângelo.

FÉRIAS:

Agora, a F1 ganha três semanas de “férias”. Quando voltar, será o GP Europa, na nova pista de rua de Valência, na Espanha. Pelo que vi na “rede” pista cheia de muros e poucos espaços abertos para que o telespectador veja a cidade. Porém, foi uma simulação. Tomara que a realidade seja diferente.

URUGUAIANA, 08 DE AGOSTO DE 2008.
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SALVAÇÃO:

Qual será a salvação do GP, neste final de semana? É uma pergunta com resposta importante. Nas duas últimas, tivemos boas corridas. Uma pela chuva. Outra pelo acidente de Glock. Agora, esperamos por uma ação circunstancial para não termos em Hungaroring, uma grandiosa chatice. A pista é estreita, sem pontos de ultrapassagens, não foi modernizada. Geralmente, quem sai na frente: vence! Com o favoritismo de Lewis Hamilton, parece que o resultado já está projetado. Esperemos, então, pela salvação!

INVERSÃO:

Na primeira metade da temporada ficou claro o domínio da Ferrari. Porém, a vantagem não se confirmou na tabela de classificação, onde seus pilotos não conseguiram abrir vantagem em pontos. Dividiram interesses, cometeram erros, houve falhas da equipe. Neste período, a McLaren limitou-se a fazer o que era possível. Assim, manteve seu piloto perto na tabela de classificação, apostando no desenvolvimento do carro. Deu certo! Inverteram-se os valores. Na segunda metade quem parece estar melhor é juntamente a equipe inglesa. Lewis Hamilton lidera, tem pistas pela frente, onde pode aumentar a vantagem. Transferiu o problema para a rival. Vamos ver se os italianos saberão administrar a inversão dos papéis e força para recuperar a liderança do campeonato.
BRASILEIROS:

Depois de Massa liderar o campeonato, de Barrichello e Piquet subirem ao podium, caímos na realidade. Somente uma combinação de resultados pode levar os dois últimos a um bom resultado em Hungaroring. Algo fora da normalidade. Em relação à Massa, é o único que pode ter chances de lutar por um bom resultado. Mas, a liderança no campeonato, dependerá mais de um fracasso de Hamilton, do que da força da Ferrari. A sua missão principal deverá ser manter-se a frente do companheiro de equipe: Raikkonen.

MELHOR DIVISÃO:

Mais uma vez, surge movimento de dirigentes na F1. As equipes principais chegaram até a formar recentemente uma nova associação - FOTA (Formula One Teams Association) - para evitar a retirada de marcas importantes do cenário do automobilismo, bem como, para pressionarem a direção da categoria. Não há rupturas. Nas vezes anteriores, os movimentos foram acalmados, abaixo de melhor divisão do ”bolo” ($$$$). Agora, não sei.


URUGUAIANA, 31 DE JULHO DE 2008.
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CIRCUNSTANCIAS (I):

O GP está exatamente como eu tinha anunciado aqui no Bandeirada: uma grande procissão. Porém, até o acidente de Timo Glock, que obrigou a entrada do Safety-Car na pista e embaralhou os carros e modificou o resultado da corrida. Portanto, se tivemos uma boa metade de prova, foi por circunstâncias, não por força de eventual equilíbrio entre os carros ou de ultrapassagens e disputas interessantes. Nada disto! Se Glock não tivesse batido, teríamos um inicio de domingo sonolento, aborrecedor.

CIRCUNSTANCIAS (II):

O resultado mais badalado pela nossa imprensa, relativo ao segundo lugar e podium de Nelsinho Piquet, também, foi obra das circunstancias. Não tivesse ele a sorte de estar no box, exatamente na hora do acidente de Glock. Modificou a sua história na corrida, na Renault e, quem sabe, no seu futuro na F1. Mas, temos que registrar que foi muito bem, quando esteve na liderança e na manutenção do segundo lugar. Se tiver um carro melhor, pode surpreender, sim!

RELEVANTE:

Tão relevante quanto o resultado de Piquet, foi o fato de que os engenheiros de Fernando Alonso copiaram o seu SETUP, depois do treino de sexta-feira. Ora, isto desmente completamente a história que correu na imprensa brasileira, que Piquet não vinha colaborando com as informações para a equipe. Não treinava e não trazia bons dados. Ora, se o bicampeão do mundo, badalado Fernando Alonso, usa do expediente de copiar o seu setup, significa noticia contrária ao que se divulgava. Aliás, eu já havia alertado aqui no BANDEIRADA, algo. Veja-se que Piquet era piloto de testes da Renault. Nesta condição, é obrigado a saber passar informações sobre o comportamento do carro.

DOMÍNIO:

Olha, contrariando aquilo que todos “achavam”, a McLaren recuperou terreno, passou a Ferrari. O título não ficará oriundo de uma disputa interna entre Massa X Raikkonen, como se dizia. O domínio de Lewis Hamilton foi massacrante, na Alemanha. Assumiu a liderança do campeonato e definitivamente se inscreveu entre os pretendentes ao título. Fica melhor assim a F1. Quanto mais gente melhor.

PENA:

Que pena ver um Kovalainen não fazer nada com uma McLaren. Ver Alonso e Piquet com uma carroça da Renault. Poderíamos ter mais gente na fila de pretendentes ao título.

ERRO OU ACERTO?

Discutiu-se muito se a McLaren errou ao não chamar Hamilton para o pit, quando da batida de Glock. Inclusive, a grande imprensa manifestou que foi um sério equivoco da equipe. Porém, o resultado final foi de vitória de Hamilton. As circunstâncias em que ela aconteceu, não são relevantes. Portanto, a estratégia foi certa. Deu a vitória e a liderança do campeonato para o inglês.

URUGUAIANA, 23 DE JULHO DE 2008.
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ÍNDIOS:

Depois do que se viu nas provas de Mônaco e Silverstone, disputadas sob pista molhada e pelo que não se viu na Malásia e na Espanha, disputadas em pista seca; convido aos meus leitores para que passem a rufar os seus tambores, como faziam os índios, em busca de alguns pingos de chuva para que possamos nos divertir, durante o GP da Alemanha, no próximo domingo. Caso contrário, a previsão é que teremos mais uma procissão dominical. Portanto, vamos aos batuques. Vamos pedir chuva!!!

FLORESTA NEGRA:

A “nova” F1 podou do circuito de Hockenheim, a parte da chamada floresta negra. Tiraram as grandes retas e um passeio entre um arvoredo maravilhoso. Optaram por um circuito mais curto, mais “moderno”, cujas corridas são mais previsíveis, mais sem graça e sem o antigo visual. E de quebra, a floresta ajudava na alteração climática da região. Por muitas vezes, chovia na mata e fazia sol no lugar onde hoje está a pista.

E PARA PIORAR AS COISAS...:

Pois a exemplo do que já havia acontecido antes do GP da Espanha e da Inglaterra, foram autorizados – também – testes na semana passada em Hockenheim. Isto significa que todos chegam para disputar o GP Alemanha, com seus segredos já revelados. A McLaren andou bem, a Ferrari ficou em segundo e o resto é o resto. Assim, sem chuva. Sem emoção.

SEM CRÉDITO:

Mesmo liderando o campeonato, o piloto brasileiro volta a não ter crédito entre os torcedores brasileiros. Explico: conceituado site de automobilismo fez a seguinte pergunta durante a semana: “Se Alonso for para a Ferrari, quem sai ou perde o lugar?” A resposta foi que a grande maioria - 55% - entende que quem perde o lugar é o brasileiro. Isto acrescido de mais 12% que entendem que tanto Massa, como Kimi devem sair. Portanto, o percentual de quem não acredita em Felipe Massa está em 67%. É muito para quem lidera o campeonato.

DÚVIDA:

A aposta da semana é para saber quem saíra de Hockenheim como líder do campeonato. Há quatro opções: Hamilton, Massa, Raikkonen e Kubica. Os três primeiros dependem só de seu resultado. Chegar na frente dos demais. Kubica precisa de um pouco mais.

URUGUAIANA. 16 DE JULHO DE 2008.
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INTERVENÇÃO:

Mais uma corrida que se tornou sensacional devido à intervenção da chuva. A F1 segue dependente da chuva para proporcionar emoção e corridas interessantes. Quanto mais possas d’água, maior é o atrativo, maior o desafio e mais imprevisível o resultado final. É isto que buscamos ao ver a F1. É isto que buscamos quando sentamos na frente da televisão, nas manhãs de domingo. Infelizmente, a F1 tornou-se dependente. As mais diversas pesquisas e modificações em regulamentos não foram suficientes para tornar a F1 atrativa. Precisou-se do auxilio da natureza, para que pudéssemos nos divertir. Um atestado de incompetência para os dirigentes e um atestado de solidariedade outorgado por São Pedro. O Santo da F1.

BEM:

Lewis Hamilton se recuperou, em casa, fez uma bela corrida. Tranqüilo na frente, não cometeu erros, diferente da maioria de seus adversários. A McLaren, em franca evolução, trabalhou bem nos pits e garantiu a vitória e liderança para seu piloto, que – antes da prova - era somente o quarto no campeonato. Bem, também, Nick Hiedfeld e Rubens Barrichello integrantes do podium, porém, ambos quase um volta atrás do vencedor.

MAL:

Por sua vez, Felipe Massa foi muito mal no GP. Cinco rodadas, deu a sorte de não ter achado o muro ou a caixa de brita (destino que tirou Piquet, numa única rodada). Não é bom de chuva. Não adianta a grande mídia insistir. Pela atuação em Silverstone, revelou a “velha” inconstância de pilotagem e de resultados, que tem atrapalhado seu desempenho. Agora, luta de igual para igual pelo titulo com o seu companheiro e mais a companhia indigesta de Hamilton e sua McLaren, cada vez mais forte. Complicou as coisas. Sozinho.

RELARGADA:

Chegamos à metade do campeonato com três pilotos empatados com 48 pontos na liderança do campeonato (Hamilton, Massa e Raikkonen). O quarto (Kubica) vem logo atrás com 46. Coisa inédita na categoria. A partir da Alemanha, próxima prova, acontecerá uma espécie de relargada no campeonato. Tudo praticamente do zero entre os quatro pretendentes ao título. Com alguns detalhes importantes como a estréia de duas provas em circuito de rua: Valência e Cingapura. O que, certamente, aumentará o grau de dificuldade e de imprevisibilidade do campeonato.

URUGUAIANA, 08 DE JULHO DE 2008.
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METADE:

Estamos chegando à metade do campeonato de 2008. Sinceramente, ninguém poderia prever que – nestas alturas – um dos pretendentes ao título seria o polonês Robert Kubica. Talvez, só os mais otimistas acreditaram em Felipe Massa, principalmente, depois do inicio de temporada titubeante do brasileiro. E depois do ano passado, ninguém mais acreditava na volta da falta de sorte do atual campeão, Kimi Raikkonen. Mas, parece que a aura de pé-frio voltou a acompanhar a carreira do finlandês. E, ainda, o desempenho pouco previsto da McLaren, com Lewis Hamilton. Apesar da situação pouco prevista, temos quatro pretendentes ao título. Igual ao que acontecia no ano passado. Mas, com diferenças: desta vez, são três carros diferentes e Fernando Alonso foi substituído na briga por Robert Kubica.

HORA “H”:

Bom! É evidente que a etapa da Inglaterra, a ser disputada em Silverstone, nesta final de semana, será importantíssima para algumas definições. Principalmente, quando se trata de tabela de classificação. Porém, talvez, os mais ameaçados pelos resultados são: Robert Kubica, que parece ainda não ter carro para acompanhar a concorrência e Kimi Raikkonen, que duas provas atrás era o líder do campeonato e, agora, aparece somente na quarta posição. Este ameaçado dentro da equipe pelo líder Felipe Massa. Com mais um resultado negativo, a Ferrari poderá definir o primeiro piloto e investir as “fichas” no brasileiro. Esta deve ser – portanto - a torcida brasileira: secar Raikkonen.

PRENÙNCIO:

Prenúncio de uma corrida chata. Adivinhem, por quê? Pelo simples fato de que – na semana passada – as equipes treinaram em Silverstone. Ora, com tanto lugar para exercer atividades, a direção da categoria autoriza testes na pista da próxima corrida. Assim, se não chover (como está previsto), teremos um carrossel, costumeiro, sem ultrapassagens, sem nada para se divertir. Tomara que eu esteja errado.

CASA:

Quem corre em casa é a McLaren, que, aliás, fez bons testes em Silverstone na semana passada. A Ferrari – apesar da vitória de Raikkonen, ano passado – não tem bom retrospecto recente nesta pista. Na era Schumacher, o alemão somente conseguiu uma vitória nesta pista, em 1998. Mas na história de Silverstone há em empate técnico entre as tradicionais: McLaren, 11, Ferrari, 11 e Williams, com 10 vitórias. Quem sabe, um desempate no domingo.

URUGUAIANA, 02 DE JULHO DE 2008.
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GANGORRA:

Uma verdadeira gangorra está acontecendo com os pilotos da Ferrari, nesta temporada. O campeonato começou com Felipe Massa titubeando e Raikkonen assumindo a liderança. Porém, nas últimas três provas, o finlandês teve sérios equívocos e o balanço inverteu-se em favor do brasileiro. De quebra, as falhas da Ferrari. Também balançam. Ora, atingem Felipe Massa, ora atingem Kimi Raikkonen. Talvez, por isto, o campeonato se mantenha equilibrado até agora, pois - caso contrário - teríamos um fácil domínio da equipe de Maranello, já que é o melhor carro deste ano de 2008. Veja-se que Massa reagiu a partir das três ultimas provas, onde Raikkonen somente marcou oito pontos. Isto, inclusive, contando-se que tinha vitória certa em Magny-Cours e sua Ferrari teve o escapamento quebrado, coisa que não é normal. Na prova anterior, foi abalroado grosseiramente por Hamilton na saída do box. E em Mônaco, erro duplo, da equipe que o deixo sem pneus na largada e a batida vexatória no carro de Sutil. Por isto tudo, corridas são corridas. Quem se aproveitou bem do momento foi o brasileiro Felipe Massa, que agora lidera o campeonato.

LEMBRANÇA:

Enquanto os pilotos da Ferrari dividem pontos e vitórias, eu aqui lembro 1986 e do ano passado. Em ambas, a melhor equipe perdeu, pois não priorizou um de seus pilotos. Em 1986, Piquet e Mansell dividiram pontos e vitórias. Alain Prost acabou campeão. No ano passado, a briga interna da McLaren dividiu a equipe e o título acabou com a “quase zebra” Raikkonen. Mais uma vez, a história parece se repetir. O fim, ninguém sabe.

O VERDE E O MADURO:

Apesar de ter disputado o título do ano passado, Lewis Hamilton continua VERDE. A manobra da largada, quando encurtou a pista é a prova. Por sua vez, apesar de conseguir a primeira vitória, o polonês Kubica não se precipitou na seguinte, fez o que poderia fazer. Parece MADURO.

MOTIVAÇÃO:

Cada vez maior a motivação do brasileiro Felipe Massa. Assumiu a liderança do campeonato, está com a sorte virada para seu lado. O principal adversário Raikkonen parece despreocupado com os resultados e mais interessado em se livrar dos contratados de publicidade que o impedem – muitas vezes – de ver as partidas de Hóquei no Gelo, de seu time de Espoo. O brasileiro tem que aproveitar as próximas três provas e se firmar na liderança. Daí, o título estará nas mãos.

URUGUAIANA, 25 DE JUNHO DE 2008.
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LISTA:

Se Bernie apresentou a sua lista indicando Alonso e Kubica como os melhores pilotos da atualidade, nós temos o direito de opinar e debater o assunto. Até porque Bernie (o Ecclestone) não foi “convidado” a se manifestar sobre o assunto. Foi espontâneo. Assim, posso concordar e discordar do grande comandante da F1. Na minha lista, tem Alonso, mas não tem Kubica. Tem Raikkonen. São nomes consolidados. O polonês, apesar da vitória no Canadá, ainda tem um longo caminho até chegar ao topo. Precisa ser melhor que Hamilton. Se tiver que escolher um dos novos, fico com o Vettel. O tema é para ampla discussão.

MAGNY-COURS:

O circuito de Magny-Cours não chega a ser de nova geração. Porém, é o mais novo da França. Não está entre as corridas que trazem emoção ao espectador. Portanto, quem espera uma grande corrida no domingo, que espere. Provavelmente, não vai ser desta vez. A não ser é claro, que ajam agentes da natureza que venham a trazer emoção para a corrida. O circuito é estreito, só tem a curva Adelaide, onde os pilotos tentam ultrapassar fazendo o famoso “X”. E resto, largar na frente é muito importante. Só uma grande estratégia pode mudar o resultado dos treinos.

CHANCES:

Por óbvio, que Felipe massa pode assumir a liderança do campeonato, nesta corrida. Os motivos: 1) treina melhor que Raikkonen; 2) Hamilton largará muito atrás (sofreu punição pela batida no Canadá); 3) Kubica só é concorrente eventual. Portanto, o brasileiro pode sair da França como favorito ao título de 2008.

CASA:

Não é só a Renault que corre em casa. O seu segundo piloto, Nelson Ângelo, tem a chance de se recuperar na temporada. De se manter forte dentro da equipe. Conhece muito bem o circuito, assim como, também a sua equipe. Portanto, é a chance de recuperação. Ou vai ou racha...

TEXTO:

Das minhas quatro mulheres restaram três. A vozinha Paula foi com 102 anos. Mas ficaram a Nilza (a mãe), Alessandra (esposa) e a Amandinha (filha). Para elas, as quatro, o texto, a minha admiração e dedicação.

URUGUAIANA, 18 de JUNHO DE 2008.
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