quarta-feira, 23 de setembro de 2009

OS INTERESSES:

Na última semana, neste mesmo espaço, antecipei que – em nome dos interesses – a Renault não seria punida pelo episódio de Cingapura. Dito e feito. A sentença é apenas justificativa, não punitiva. Sobrou para quem deveria sobrar, no caso, Flávio Briatore. Expulso, por definitivo, da categoria. A imprensa segue fazendo estardalhaços com a matéria. E, nós, no processo de esquecimento do assunto. Para confirmar toda a minha razão no texto anterior, basta que – breve – seja anunciado o novo lugar de Nelson Ângelo Piquet na F1.

EXPURGADO:

Muita coisa levou a FIA, proteger Nelson Ângelo, punir não punindo a Renault. O alvo era somente Flávio Briatore, cujo passado e presente aborrecia por demais os principais dirigentes da categoria (leia-se: Mosley/Ecclestone). Aproveitaram a chance para se livrar do desafeto. Custe o que custar, estão livres.

ESCÂNDALOS:

De uns tempos para cá, a F1 se vê envolvida numa interminável série de escândalos. Certamente, que na sua história de 60 anos, muita coisa escabrosa ocorreu, porém, sem que ficássemos sabendo. De uma hora para outra vieram várias revelações: a espionagem da McLaren, o vídeo pornô do dirigente máximo da categoria. Agora, o muro de Cingapura. Numa época de crise mundial, isto – querendo ou não – acaba abalando fortemente a imagem da categoria. Afugentando patrocinadores que não querem ver seus produtos expostos em escândalos. A F1, caríssima, precisa urgentemente zelar para sua credibilidade. Caso contrário, o seu risco é sério.

CALENDÁRIO:

Saiu o calendário de 2010. Teremos 19 corridas. Ótimo. Quanto mais, melhor para quem gosta. Para quem escreve. Para quem comenta. Teremos muito assunto em 2010. Estão confirmadas, por exemplo, quatro novas equipes: US F1, Manor, Campos e, por último, mais recentemente, a Lótus. Sai a BMW e, por sair outra montadora. Muda muita coisa na F1 2010.

CINGAPURA:

Em meio aos escândalos, teremos o seguimento da temporada de 2009, neste final de semana, justamente em Cingapura. Prova à noite. Circuito de rua. Iluminado artificialmente. Particularmente, não gostei do circuito, embora a corrida tenha sido interessante, justamente, por força da batida de Nelson Ângelo. E da mangueira de combustível que Felipe Massa carregou por toda a área de box. A prova será muito importante para a definição do campeonato. Previsão de chuva que complica ainda mais o quadro. Principalmente, pois os três pretendentes: Button. Barrichello e Vettel, são bons de chuva.

URUGUAIANA, 22 DE SETEMBRO DE 2009.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

OS SANTOS:

Realmente, não sei mais o que pensar do esporte que amo! São trinta e sete (37) anos acompanhando ininterruptamente todas as provas de F1. Quase 600 provas (completo no Japão). Já vi de tudo! Gente batendo para garantir título, várias vezes. Gente batendo por vingança. Gente burlando o regulamento. Outros espionando e copiando a criação alheia. Vi gente entregando vitória, por contrato. E mais esta – agora – gente sem jogando no muro para ficar na F1. Todos com uma desculpa pronta. Na ponta de língua para justificar suas atitudes, muitas vezes, com a complacência dos dirigentes, da imprensa e, principalmente, do torcedor, aquele que enxerga com os olhos do coração.
Não vejo comportamento ético em nenhum deles. Não vou minimiza nenhuma das atitudes tomadas contra o esporte. E não vou cria nenhuma hierarquia de pesos. Nenhum é santo. O peso de suas atitudes são todas iguais. Não se pune o crime pela quantidade, mas pelo ato. E, nestes casos da F1, os próprios dirigentes são coniventes, pois – em nome dos INTERESSES – passam a “mão” na ética e não punem exemplarmente nenhum infrator.
De outro lado, a imprensa, também por seus interesses, forja ídolos, santos intocáveis, maximizando seus feitos e minimizando seus erros. Tem sua parcela de culpa nesta história toda.
Enfim, passados 600 GPs, firmo a convicção de que não há santos no automobilismo. Não adianta insistir. Nossos ídolos são todos – sem exceção – de barro.

OS INTERESSES (I):
Querem saber como vai acabar a história do muro de Cingapura? A FIA tem interesse na continuidade de Renault na F1. Sua saída é perda certa. Portanto, não haverá punição. Piquet é um sobrenome de prestigio dentro da categoria. Três títulos mundiais. Certamente, tem um lugar reservado para ele em uma das equipes que estarão no grid em 2010. A imprensa caberá fazer muito estardalhaço em cima da matéria. Nós vamos esquecer tudo, como esquecemos as outras vezes...


OS INTERESSES (II):

Que mundo é este? Na política é um escândalo atrás do outro. No comércio, uma ganância maior do que a outra. No Esporte são fraudes aos resultados. Em quase todas as modalidades. Por trás de tudo: interesses. Este é o nosso mundo. O mundo dos interesses.

MONZA:

Em meio a tudo isto, tivemos o GP Monza. Nova vitória do Rubens Barrichello. A segunda no ano. E chegou à frente de seu companheiro de equipe Jenson Button. Ora vejam!! Não foi orientado a ceder à posição... Ainda sonha com o título, até que chegue a ordem superior.


DIFUSORES:

O polêmico difusor traseiro da Brawn GP desequilibrou o campeonato no seu início. Legalidade, no mínimo discutível. Abriu pontuação na tabela. Praticamente, título definido para um de seus pilotos. Mundial de construtores nas mãos. Ninguém mais fala no assunto. Com também, breve, ninguém mais lembrará o muro de Cingapura. Tudo em nome do esporte. Tudo em nome dos INTERESSES.

URUGUAIANA, 16 DE SETEMBRO DE 2009.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009



ESPÍRITO ESPORTIVO – VICENTE MAJÓ DA MAIAvmmaia@uol.com.br

ORIGEM DO NOSSO KART:

No início de maio de 1988, houve um encontro na “Balança” (*1*), em Uruguaiana, que acabou – mesmo sem querer – sendo o marco do kartismo. Estávamos no auge da guerra Piquet/Senna (mais Prost e Mansell), na F1. O automobilismo dominava a mídia esportiva do país, o futebol vinha de fracassos quatro copas do mundo.
Por aqui, a nossa vontade de ser piloto era latente. Foi quando o Augusto Azevedo, descobriu um kart em Caxias do Sul e trouxe para nossa cidade. No nosso primeiro encontro, portanto, tínhamos um só kart, três pilotos (Augusto Azevedo, Jô Fagundes e Vicente Majó da Maia), quando tentamos realizar a primeira prova. O pobre motorzinho não agüentou as nossas diabruras. Não agüentou a nossa ânsia de ser piloto na vida! Quebrou e nem bem chegava o meio da tarde...
A nossa frustração acabou sendo o porta-voz e a onda de propagação do feito. Em todas as rodas de amigos que chegamos depois deste dia, fazíamos absoluta questão de mostrar a nossa satisfação por ter pilotado. Nosso exibimento. E isto acabou criando uma imensa curiosidade entre os nossos amigos.
Não sei bem se isto acabando sendo definitivo, mas o certo é que tempos depois, começaram a surgir novos karts, novos pilotos e o lugar escolhido para a nova aventura foi exatamente a “balança”.
No início da década de 90, chegaram novos carrinhos, mais modernos, trazidos pelo Frederico Antunes e Ricardo Tramunt. Mas passaram a participar as famílias: Silva, Scelzo, Tellechea, Reschke, Trojan, Gattiboni, Martini, Greco entre outros vários (E Azevedo, Fagundes e da Maia, por óbvio). Virou moda! (*2*)
A BR-290 era invadida nas tardes de domingo por milhares de carros que ficavam estacionados nos arredores da “balança”. Não demorou muito para a proibição. O órgão Federal responsável pela área, não permitiu mais a nossa pilotagem no lugar. Indiretamente acabou firmando a nossa posição de que tínhamos que construir o kartódromo.
Criamos em junho de 1990, a Associação Uruguaianense de Automobilismo. Era a entidade que assumiria a construção do kartódromo.
Enquanto isto, o circo foi montado na frente do Parcão. Para os primeiros treinamentos, criamos um oval. Depois, veio a Pampeana, do Paulo Santana, e propôs a realização do PEGA DE KART PAMPEANA FM, em quatro etapas. Tudo isto na metade final do ano 1991. O nosso “novo” circuito tinha, entre outras atrações, a subida na Rodoviária, onde eram localizados os Box. Diria que é possível esquecer, descrever, o que aconteceu em nossas vidas, durante das quatro etapas. Chego a me arrepiar só de lembrar. Desfilavam nas nossas ruas, frente ao Parcão, mais de 120 karts, distribuídos em várias categorias. Uma verdadeira loucura! Até o maciço público que prestigiava os “Pegas” nunca mais esqueceu aqui. Foi um momento extraordinário. Marcou a nossa existência, nossa geração e também a história de Uruguaiana.
O kartódromo chegou em agosto de 1992. A prova inaugura duas horas de duração. Pleno sucesso. Mas, isto, é outra história...

(*1*) BALANÇA, lugar de pesagem de caminhões nunca usada que fica na BR-290 a pouco mais de 15 quilômetros da cidade.
(*2*) Certamente, a minha memória deixou de fora alguém importante. Desculpas!

APROVEITO PARA PEDIR AJUDA PARA RESGATAR A HISTÓRIA E AS ESTÓRIAS, DO NOSSO KARTISMO, QUE MUDOU AS NOSSAS VIDAS (vmmaia@uol.com.br).

URUGUAIANA, 09 DE SETEMBRO DE 2009.



TEMPLO DE MONZA:


Saímos duas semanas atrás do Templo de Spa-Francorchamps e chegamos ao Templo de Monza, na Itália. Ambas provas de alta velocidade, cujos resultados quase sempre imprevisíveis. Principalmente, quando se tem equilíbrio entre os carros, caso desta temporada de 2009, em especial.
Mas, a prova de Monza será importantíssima para a definição do campeonato. Depois dela, somente falarão quatro provas. Portanto, é fundamental um bom resultado para os três pilotos (Barrichello, Vettel e Weber) que querem tirar o título de Jenson Button.

CÀLCULOS:

Especulasse que Jenson Button perdeu rendimento e que está com o seu título comprometido, face aos cinco últimos resultados, quando conseguiu somente 11 pontos. Nas mesmas seis, Barrichello conseguiu 21. Vettel fez 24. Weber, também, 24. Como Button tem 16 pontos de vantagem, bastaria a ele repetir mais 11 pontos nas próximas cinco provas, desde que os outros não melhorem muito os seus desempenhos. Portanto, não é só Button que precisa melhorar. Os pretendentes, também. E diga-se que a missão está mais complicada, agora, pois outros pilotos estão “roubando” pontos importantes nas últimas cinco corridas. Entre eles dois em especial: Lewis Hamilton (18) e Kimi Raikkonen, que fez mais pontos entre todos nos últimos cinco GPs: 25.

MOTORES:

Faltando cinco provas, os pilotos da Red Bull já utilizaram sete dos oito motores disponíveis. Isto pode ser um fator importante na definição do campeonato. Principalmente, levando-se em conta que – Monza – é circuito de alta velocidade e exige muito de motores e freios. Creio que pelo menos um de seus pilotos deverá usar o nono motor e perder dez (10) posições num dos grids até o final.
Porém, tem mais gente nesta situação. Ter que usar o nono motor e perder posições no grid.

TROCAS:

Discutem-se muito as trocas. Parece certo que a Ferrari vai assumir a bronca Fernando Alonso. Há briga por Rosberg. Tem a dupla da BMW desempregada. Três novas equipes definindo. Portanto, muitas serão as novidades para 2010.

KART AQUI:

No domingo tivemos a terceira etapa da Copa Kart Oeste 2009. Grid cheio, colorido, gente jovem reunida. Mostrando que o movimento voltou com muita força. Agora, estamos preparando a última etapa, em 11/outubro, quando – certamente – teremos pista e arquibancada locadas.

URUGUAIANA, 09 DE SETEMBRO DE 2009.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009



PEDIDO DO CHEFE:

Muitas vezes, vimos na F1, contratos obrigando pilotos a cederem posição, por ordem da equipe. Às vezes, até sem eles. Felipe Massa, por exemplo, teve que ceder a vitória no GP Brasil de 2007, para que seu companheiro Kimi Raikkonen fosse campeão. Ayrton Senna, a pedido da equipe, cedeu a vitória no GP Japão, em 1991, para seu fiel escudeiro Gerard Berger. Já Rubens Barrichello, inexplicavelmente, teve que ceder a vitória no GP da Áustria, em 2004, para o alemão Michael Schumacher. Este o maior exemplo da força do contrato.
Mas, quero chegar ao episódio de Cingapura/2008. Questionar o leitor: Seria possível alguém jogar-se ao encontro de um muro, a mais de 100 quilômetros por hora para atender um pedido do chefe?

NÃO CREIO:

Pensem! Entregar uma vitória por força de contrato não é uma atitude esportiva. Mas, poderia ser compreensível. Fere a ética do esporte. Porém, cumprem-se questões contratuais. Mas, jogar-se contra um muro... Não creio ser possível.

O FIM:

Não quero imaginar que alguém possa fazer isto com o esporte que me dedico, acompanho e amo. Seria o fim...

SPA:

Como sempre, Spa teve um GP dos bons. Surpresas, ultrapassagens, acidentes, coisas que deixam interessante as corridas. Não pode ficar fora do calendário nunca. Raikkonen, especialista neste circuito, venceu. O “velho” Fisichella surpreendeu. Vettel aproveitou para superar o seu companheiro Weber e manter as esperanças de título. Quem desperdiçou a chance foi Barrichello. Poderia ter sido melhor...


TÍTULO:

Muito se especula sobre o rendimento de Jenson Button nas últimas provas. Com a diferença na tabela diminuindo para 16 pontos em relação a Barrichello e 19 em relação à Vettel. Estamos a cinco prova do final do campeonato. Vejo a posição de Button como tranqüila. Creio que o seu principal adversário é Vettel. Não acredito que a equipe Brawn vá permitir uma disputa forte entre seus pilotos, até porque já deu mostras claras de que Button é o número um. Não creio que Vettel e a Red Bull tenham força e sorte (precisariam muito dela) para reverter 19 pontos em cinco provas. Mas... Esperemos então.

KART:

Tem KART aqui, domingo. Terceira etapa do citadino/2009, organizado pela Associação Uruguaianense de Automobilismo. Local: Kartódromo Internacional, no Aeroclube, BR-290. Horário: todo o domingo, mas a coisa esquenta na parte da tarde. Vale a pena conferir.

URUGUAIANA, 02 DE SETEMBRO DE 2009.