quarta-feira, 22 de abril de 2009

APESAR DAS CIRCUNSTÂNCIAS



APESAR DAS CIRCUNSTÂNCIAS:

Vocês que lêem este espaço sabem da minha posição em relação à Brawn GP. Defendi a tese de que a nova sensação inglesa seria alcançada. Esperava, eu, confesso que isto ocorresse na fase européia do campeonato, após o intervalo das quatro primeiras provas. Mas, o que se viu na China foi um avanço da Red Bull, mesmo que circunstancial, devido à chuva. Porém, lembro, que Sebastian Vettel poderia estar somente cinco pontos atrás de Jenson Button, não tivesse cometido a besteira de “brigar” com Kubica, na Austrália, onde tinha – no mínimo – o terceiro lugar garantido. Assim, se a Brawn é a força deste inicio de campeonato, posso afirmar que a Red Bull é a sua grande concorrente. A tendência é que a disputa fique cada vez mais acirrada, inclusive, com o avanço de outras equipes.


Foto: Red Bull, pós vitóriaGP China


LONGA:

Para compensar a “meia” corrida anterior na Malásia, o GP China foi uma das mais longas dos últimos anos. Terminou com duas horas de corrida, devido à chuva e o Safety-Car. No aguaceiro, como sempre, varias ultrapassagens, rodadas, barbeiragens, estratégias que deixavam indefinidas a luta pelos pontos. Vettel confirmou ser bom de água. Barrichello, nem tanto, esperava mais do que a volta mais rápida da corrida feita no único momento em que a pista este mais seca. Massa vinha bem. Hamilton e Alonso – apesar de rápidos - cometem muito erros. Button regular, já pensando nos pontos e no campeonato.

TIME “B”:

Ironia do destino: A Mercedes prioriza a McLaren, mas quem vence é a Brawn. A Renault não vence com a sua equipe principal, mas com a Red Bull Racing. É a prova da desordem das grandes...

PERTURBAÇÃO:

A perturbação das grandes equipes é visível. Os carros não andam, os pilotos cometem erros, os pontos são poucos e, no caso da Ferrari, nenhum, em três corridas. Especula-se troca de dirigentes e até de pilotos em alguns casos. As grandes estavam desacostumadas a andar atrás. O quadro só se reverte, quando reinar a calma. Do jeito que as coisas andam ninguém consegue trabalhar tranqüilo. O mais incrível disto tudo é que passada a terceira corrida e tem gente falando no carro de 2010 e que a temporada está perdida. Alerto: tem muita coisa pela frente para jogar a toalha agora.

EMPREGO:

Senti algo no ar, quando li o desabafo (agora negado) de Nelson Ângelo. Tinha conteúdo justificativo. Ou de desculpa como queiram. Provavelmente, ele esteja andando com material inferior. Porém, os erros cometidos, as rodadas e batidas freqüentes, autorizam a rescisão do contrato. Nelson Ângelo fez bela carreira nas categorias inferiores, o que mostra se tratar de um bom piloto, porém, sempre teve a atenção total de suas equipes. Agora, não está conseguindo conviver sendo à sombra de Fernando Alonso e com a pressão dos resultados. Uma pena!

SEGUE:

A quarta etapa da F1 acontece neste final de semana. No Bahrein, no “velho” horário habitual da F1, às 09:00 da manhã. Os treinos são às 08:00 de sábado.

URUGUAIANA, 20 DE ABRIL DE 2009.

quarta-feira, 15 de abril de 2009





OS DIFUSORES:

A luta dos difusores é quase igual à luta do grande contra o pequeno. Do forte contra o fraco. Do bem contra o mal. Da FIA esperava-se qualquer coisa, neste julgamento. Já vimos cada decisão e imposição, nos últimos tempos, que nos autorizava a pensar e especular qualquer resultado final. Porém, foram mantidos e considerados legais. Fim da polêmica. Os pontos conquistados foram confirmados na tabela. Surpreendentemente, a Brawn lidera e Button segue como favorito ao título.
Mas, não sou engenheiro, nem especialista em aerodinâmica para emitir uma opinião corretíssima sobre o assunto; parece-me clara a vantagem de quem usa a peça. Basta ver o domínio da Brawn, o crescimento da Toyotta e os treinos da Williams. Todas as que tiveram a “visão” do funcionamento do dispositivo.
A vantagem da Brawn é “gritante”. Basta ver o carro bem sentado na pista nas curvas, muito menos, arrisco que os demais. A vantagem é visível. Percebível por quem está acostumado a acompanhar a F1.

CORRIDA DAS PRANCHETAS:

Agora, a corrida não é na pista. Os engenheiros das demais sete (07) equipes – sem difusores - correm atrás do tempo perdido. Pranchetas, desenhos, simuladores, enfim... Uma corrida contra o tempo perdido e a vantagem conquistada pelos espertos adversários. A Renault, por exemplo, já anunciou um equipamento “genérico” para o GP China, neste final de semana. Vamos ver se mais outras conseguem levar a pista suas engenhocas.

DECIDIDO:

Alguns mais pessimistas já entregaram as fichas para a Brawn, Toyotta e Williams. Para a “gang” dos difusores. Como a F1 não permite mais os testes, durante a temporada, entendem não terem chances de recuperar o tempo perdido. Não compartilho com esta posição. Acho que tem muita coisa ainda para acontecer na temporada. Inclusive, pode ocorrer uma reviravolta. Esperemos, então!

MÁGICA:

Embora o meu otimismo em relação ao equilíbrio da temporada, reconheço que os engenheiros das sete sem difusores terão um enorme trabalho para igualarem. Não é só colocar a peça e pronto!! Muita coisa do carro precisa ser redesenhada, para que se atinja o resultado esperado. Mas, como se trata de mágicos da prancheta, tudo é permitido. A maior dificuldade é que os testes das modificações ocorrerão nos treinos de sexta-feira, que passarão a ter uma grande importância no campeonato.

CHINA:

Domingo é na China e de madrugada, novamente. A prova começa as 04:00 horas. Ah! Como eu gosto das corridas da madrugada...

URUGUAIANA, 15 DE ABRIL DE 2009.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

PEQUENA GRANDE CORRIDA




Eram previstas 56 voltas. Correu-se 31. Porém, ninguém tem nada para reclamar. Foi uma pequena corrida de grandes emoções e expectativas. Pontos pela metade, o fato negativo. Não discuto a hora da corrida, pois aconteceu tanto coisa boa, que não me cabe analisar a ação da natureza. Não tivesse chovido, não teríamos tantas emoções e a corrida teria terminado na hora marcada.
Analiso que a Brawn é uma grata confirmação. Que a Toyotta evoluiu muito. E quem tem o KER estilinga na largada. E mais, as grandes estão completamente perdidas sem o difusor e atrapalhadas na suas entranhas. Ninguém se entende. Erros grosseiros que começam em mentiras para ganhar posições (McLaren, mentiu na Austrália, para Hamilton ganhar a posição de Trulli, não levou) e terminam na absurda escolha dos pneus de Raikkonen, na Malásia. Sem falar na avaliação do treino, no tempo da primeira parte (Q1). Ninguém assume os erros, o que é pior. Numa tendência de que eles possam continuar.
Mudou a F1. Para o bem geral dos amantes. Foram duas etapas. Falta muito ainda a acontecer. É só esperar.

REVIRAVOLTA:

Creio numa reviravolta breve na F1. Não acredito no domínio continuado da Brawn. Porém, entendo que ela se mantenha entre as primeiras, inclusive, obtendo novas vitórias, mas não um massacre. Nem um “fogo-de-malha”. No dia 14 de abril teremos importante decisão sobre o uso do difusor. Caso seja confirmado, já na China as grandes apresentam a sua versão inicial (ou genérica) da “peça”: Renault, McLaren e Ferrari. Quando chegar a fase européia, certamente, as coisas estarão ainda mais equilibradas e muitas equipes (e pilotos) poderão dividir vitórias e pontos importantes.
Talvez, a grande situação de Jenson Button é levar 15 pontos de vantagem em relação a três grandes pretendentes ao título: Massa, Raikkonen e Kubica. Tem vantagem de 14 em relação a Hamilton e 11 pontos em relação a Alonso. Eram cinco pretendentes ao título, que viraram seis com a surpresa da Brawn. A vantagem de Button conquistada agora é significativa e que pode ser muito importante no final do ano.

IMAGINAÇÃO:

Por mais criativo e arrojado que fosse o nosso palpite para o campeonato de 2009, ninguém imaginaria a revolução que proporcionou a Brawn. Todos – sem exceção – apostavam, no inicio da temporada, em: Massa, Hamilton, Alonso, Raikkonen e até no Kubica. Nunca nos pilotos da Brawn. É a transformação da F1. para o bem de todos e felicidade geral dos amantes do automobilismo. É o fim de marasmo.

URUGUAIANA, 07 DE ABRIL DE 2009.

quinta-feira, 2 de abril de 2009



A VOLTA DOS GARAGISTAS:

A Brawn confirmou! Fez jus a tudo aquilo que se disse dela, depois dos últimos testes. Fez dobradinha (mesmo que circunstancial, no caso de Barrichello), no primeiro GP do ano. Deu uma verdadeira lição nas grandes montadoras. Um carro simples, bem “grudado” ao solo, sem KERs, mas com um revolucionário “difusor”. Obra-prima. Aparentemente, sem dinheiro (despediu boa parte da equipe de trabalho, depois da corrida). Mas com soluções criativas, fazendo a F1 lembrar os “velhos” garagistas que marcaram a história da categoria.
O feito desperta a atenção de vários outros construtores que tiveram que deixar a categoria, em face de avalanche das montadoras. Agora, com o aparente declino das mesmas, passam a cogitar a volta ou a adesão de novos. É uma nova revolução da F1. A valorização das soluções caseiras.
Não escondo minha preferência: grids cheios, carros de garagem, engenheiros criativos. A volta dos velhos tempos...


IMPORTÂNCIA DO CARRO:

Ficou gritante a importância do carro, nesta revolução da F1. Talvez, o fato mais negativo. Enquanto se debate a importância do piloto, na pratica, isto não funcionou. O comparativo com o ano passado é quase inevitável. A Honda não tinha carro, seus pilotos não andaram em 2008. Bastou a Brawn ter um projeto bem nascido e pronto! Venceram com méritos. Portanto, valorizou-se o carro e minimizou-se o piloto.

GUERRA:

Ficou evidenciada a guerra da engenharia. Os carros bem nascidos têm o DNA de Ross Brawn (um mago não de agora) contra Adrian Newey (Red Bull) e contra Willi Rampf (BMW). Ficaram para trás, na primeira prova, os engenheiros das grandes: McLaren e Ferrari.

PNEUS:

O grande problema para se administrar na prova da Austrália foram os pneus “moles”. Não duraram mais do que seis (06) voltas. Uma tragédia. Talvez, a coisa complique mais ainda no próximo final de semana, quando teremos a segunda etapa na desértica Malásia. Portanto, possivelmente teremos um desgaste ainda maior. A estratégia passa a ser fundamental.

ANSIEDADE:

Atribuo à ansiedade o acidente entre Kubica e Vettel. Dois jovens, querendo espaço. Não acredito que Kubica pudesse “buscar” Button, como disse. Assim como, acho exagerada a punição ao Vettel.

HORÁRIOS:

Com as determinações da FIA, os horários das provas foram adaptados para que as transmissões da televisão sejam no domingo pela manhã na Europa. Assim, tivemos o GP Austrália no incomodo horário das 03:00 horas. Na Malásia a corrida será às 06:00 horas. Fica um pouco melhor do que “cortar” à noite. Mas, teremos um novo madrugadão no domingo (05/04/2009).

URUGUAIANA, 01 DE ABRIL DE 2009.